Fale conosco pelo WhatsApp

Av. Brigadeiro Luís Antônio, 4540 Jd. Paulista, São Paulo

Seg à Sexta – 10:00am to 19:30pm

Refluxo Gastroesofágico

Refluxo Gastroesofágico
Imagem meramente ilustrativa - Banco de imagens: Freepik

A doença do refluxo gastroesofágico, comumente conhecida como DRGE, é uma condição médica crônica que ocorre quando o ácido estomacal ou, ocasionalmente, o conteúdo do estômago, reflui para o esôfago — o tubo que transporta o alimento da boca ao estômago. 

Este refluxo ácido pode irritar o revestimento esofágico, causando sintomas desconfortáveis e, por vezes, danos significativos aos tecidos. Os sintomas mais comuns incluem azia persistente, regurgitação de alimentos ou líquidos ácidos para a garganta, e até mesmo dor no peito.

A prevalência da DRGE é notavelmente alta, afetando uma grande porcentagem da população mundial. Esta condição não apenas diminui a qualidade de vida dos indivíduos afetados, mas também pode levar a complicações mais graves se não for tratada adequadamente. A DRGE é particularmente comum em sociedades ocidentais, onde estilos de vida e dietas podem promover o surgimento e agravamento da doença.

Estudos sugerem que a prevalência da DRGE aumenta com a idade e está fortemente associada a fatores de estilo de vida, como obesidade, dieta rica em alimentos gordurosos e ácidos, além do uso de certos medicamentos. A compreensão dessa condição é crucial para gerir eficazmente os sintomas e prevenir danos a longo prazo ao esôfago.

O que é refluxo?

O refluxo gastroesofágico, frequentemente chamado simplesmente de “refluxo”, é uma condição médica onde o conteúdo do estômago, incluindo alimentos, líquidos e ácidos gástricos, flui de volta para o esôfago. Esse retorno do conteúdo gástrico ocorre principalmente devido ao mau funcionamento do esfíncter esofágico inferior, uma válvula muscular na base do esôfago que normalmente se fecha para impedir que o conteúdo estomacal retorne.

Quando esse esfíncter não funciona adequadamente ou relaxa de forma inapropriada, permite que o ácido e outros componentes do estômago subam pelo esôfago, o que pode causar uma série de sintomas desconfortáveis. O sintoma mais comum é a azia, uma sensação de queimação no peito que pode irradiar para o pescoço, garganta ou até mesmo a mandíbula. Outros sintomas podem incluir regurgitação ácida, dor no peito, dificuldade para engolir, tosse crônica, rouquidão e uma sensação de ter um nó na garganta.

Esta condição pode ser ocasional e gerenciável com mudanças no estilo de vida e medicação, mas em casos crônicos, pode exigir tratamentos mais intensivos, incluindo cirurgia. 

Quais são os sintomas de refluxo gastroesofágico?

Os sintomas de refluxo gastroesofágico podem variar em intensidade e frequência, e incluem:

  • Azia (queimação no peito): Sensação de queimação ou desconforto no peito, geralmente após comer ou à noite. A azia é frequentemente descrita como uma dor que sobe do estômago para a garganta.
  • Regurgitação: Retorno de alimentos ou líquidos ácidos para a boca ou garganta, que pode causar um sabor amargo ou ácido.
  • Dor no peito: Dor ou desconforto no peito que pode ser semelhante à dor cardíaca, mas geralmente está associada à alimentação ou à posição do corpo.
  • Dificuldade para engolir (Disfagia): Sensação de que os alimentos ficam presos na garganta ou no peito, o que pode ser causado pelo esôfago inflamado ou estreitado.
  • Tosse crônica: Tosse persistente, especialmente à noite, que pode ser causada pela irritação da garganta e das vias respiratórias pelo ácido estomacal.
  • Rouquidão: Alterações na voz ou rouquidão, especialmente pela manhã, devido à irritação da laringe pelo ácido.
  • Dor de garganta: Sensação de garganta inflamada ou irritada, que pode ser causada pelo ácido que sobe até a garganta.
  • Sensação de nó na garganta: Sensação desconfortável de ter um “nó” na garganta, que pode ocorrer devido à irritação contínua.
  • Náuseas: Sensação de enjoo que pode ser ocasionalmente causada pelo refluxo.
  • Halitose (mau hálito): Mau hálito, que pode resultar do refluxo ácido persistente.

Os sintomas podem variar dependendo da gravidade do refluxo e de fatores individuais, e podem ser exacerbados por certos alimentos, bebidas ou comportamentos, como comer grandes refeições, deitar logo após comer, e consumir alimentos gordurosos, ácidos ou picantes. Se os sintomas forem frequentes ou severos, é importante procurar orientação médica para um diagnóstico adequado e tratamento.

Como é feito o diagnóstico da DRGE?

O diagnóstico da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é realizado através de uma combinação de avaliação clínica, testes diagnósticos e exames especializados. A abordagem geralmente inclui:

História clínica e exame físico

  • Entrevista médica: O médico começa com uma revisão detalhada dos sintomas do paciente, incluindo frequência, intensidade e padrão dos sintomas de refluxo, como azia, regurgitação e dor no peito.
  • Exame físico: O exame físico pode ajudar a identificar sinais de complicações associadas à DRGE, como sinais de esofagite ou outros problemas gastrointestinais.

Testes diagnósticos

  • Endoscopia Digestiva Alta (Esofagogastroduodenoscopia): Um exame no qual um tubo fino com uma câmera (endoscópio) é inserido pela garganta para visualizar diretamente o esôfago, estômago e duodeno. Isso permite ao médico avaliar danos ao revestimento esofágico, como inflamação (esofagite), úlceras ou outras alterações.
  • pHmetria Esofágica de 24 Horas: Um teste que mede a quantidade de ácido no esôfago durante um período de 24 horas. Um pequeno sensor é colocado no esôfago para monitorar e registrar a quantidade de ácido que reflui do estômago para o esôfago.
  • Manometria esofágica: Um exame que avalia a motilidade do esôfago, medindo as contrações e a pressão nos músculos esofágicos. É útil para avaliar a função do esfíncter esofágico inferior e detectar anormalidades na função esofágica.
  • Radiografia com Contraste (Esofagografia): Exame de imagem realizado após o paciente ingerir um contraste (como o bário), permitindo visualizar a passagem de alimentos e líquidos pelo esôfago e identificar possíveis obstruções ou refluxo.
  • Teste de Acidificação Pós-Prandial: Também conhecido como teste de resposta ao refluxo ácido, avalia como os sintomas de refluxo reagem após a ingestão de alimentos ou líquidos.

Avaliações complementares

  • Teste de Respiração: Pode ser usado para avaliar complicações respiratórias associadas ao refluxo, como asma ou tosse crônica.
  • Exames de Laboratório: Embora não específicos para DRGE, exames de sangue podem ser realizados para verificar anemia ou outros problemas que possam estar associados aos sintomas gastrointestinais.

Análise da resposta ao tratamento

  • Resposta a medicamentos: Em alguns casos, o diagnóstico pode ser feito com base na resposta do paciente a medicamentos antiácidos ou inibidores da bomba de prótons (IBPs). Se os sintomas melhorarem com o tratamento, isso pode confirmar a presença de DRGE.

A combinação desses métodos ajuda a confirmar o diagnóstico de DRGE, determinar a gravidade da condição e identificar possíveis complicações. O tratamento é então adaptado com base nos resultados dos testes e na avaliação clínica.

Quais são as causas do refluxo gastroesofágico?

O refluxo gastroesofágico (DRGE) ocorre quando o conteúdo ácido do estômago retorna ao esôfago devido ao mau funcionamento do esfíncter esofágico inferior (EEI), a válvula muscular que separa o esôfago do estômago. Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento do refluxo gastroesofágico, incluindo:

Disfunção do Esfíncter Esofágico Inferior (EEI)

  • Abaulamento ou Relaxamento Excessivo: O esfíncter esofágico inferior pode não se fechar completamente ou relaxar de forma inadequada, permitindo que o ácido gástrico retorne ao esôfago.

Hérnia de Hiato

  • Projeção do estômago: A hérnia de hiato ocorre quando uma parte do estômago se projeta para cima através do diafragma e entra na cavidade torácica. Essa condição pode enfraquecer o EEI e facilitar o refluxo.

Aumento da Pressão Abdominal

  • Obesidade: O excesso de peso pode aumentar a pressão abdominal, forçando o conteúdo gástrico a escapar para o esôfago.
  • Gravidez: O crescimento do útero durante a gravidez pode aumentar a pressão abdominal e contribuir para o refluxo.
  • Esforços e levantamento de peso: Atividades que aumentam a pressão intra-abdominal, como levantar objetos pesados ou realizar exercícios intensos, podem precipitar o refluxo.

Problemas de motilidade esofágica

  • Alterações na Peristalse: Problemas na motilidade do esôfago, como contrações irregulares ou anormais, podem dificultar a eliminação adequada do ácido e aumentar a probabilidade de refluxo.

Fatores alimentares e estilo de vida

  • Alimentos e Bebidas: Certos alimentos e bebidas, como alimentos gordurosos, picantes, chocolate, cafeína e álcool, podem relaxar o EEI e aumentar a produção de ácido.
  • Fumar: O tabagismo pode enfraquecer o EEI e aumentar a produção de ácido estomacal, exacerbando os sintomas de refluxo.

Doenças e condições associadas

  • Diabetes: O diabetes pode afetar a motilidade do esôfago e contribuir para o refluxo.
  • Condições Respiratórias: A tosse crônica e asma podem estar associadas ao refluxo, e a irritação constante pode piorar a condição.

Medicamentos e substâncias

  • Medicamentos: Alguns medicamentos, como bloqueadores dos canais de cálcio, relaxantes musculares e medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), podem afetar o EEI e promover o refluxo.

Idade e genética

  • Envelhecimento: A função do esfíncter esofágico inferior pode diminuir com a idade, tornando os idosos mais suscetíveis ao refluxo.
  • Histórico familiar: A predisposição genética pode desempenhar um papel no desenvolvimento da DRGE.

Compreender essas causas é essencial para a prevenção e tratamento eficaz do refluxo gastroesofágico. Muitas vezes, a modificação do estilo de vida e ajustes na dieta podem ajudar a aliviar os sintomas e reduzir a frequência dos episódios de refluxo.

Qual o tratamento para refluxo gastroesofágico?

O tratamento para refluxo gastroesofágico (DRGE) visa aliviar os sintomas, curar o esôfago danificado e prevenir complicações futuras. O tratamento pode ser abordado através de mudanças no estilo de vida, medicações e, em casos mais graves, intervenções cirúrgicas. Aqui está uma visão geral dos diferentes métodos de tratamento:

Mudanças no estilo de vida

  • Ajustes na Dieta: Evitar alimentos e bebidas que desencadeiam sintomas, como alimentos gordurosos, picantes, chocolate, cafeína, álcool e tomates. Comer porções menores e mais frequentes e evitar refeições grandes e pesadas pode ajudar a reduzir o refluxo.
  • Controle de Peso: A perda de peso é recomendada para pacientes com sobrepeso ou obesidade, pois o excesso de peso aumenta a pressão abdominal e contribui para o refluxo.
  • Elevação da cabeceira da cama: Dormir com a cabeça elevada pode ajudar a manter o ácido no estômago e reduzir os episódios de refluxo noturno.
  • Evitar deitar-se após as refeições: Esperar pelo menos 2-3 horas após comer antes de se deitar pode ajudar a minimizar os sintomas de refluxo.
  • Parar de fumar: O tabagismo enfraquece o esfíncter esofágico inferior e aumenta a produção de ácido gástrico, contribuindo para o refluxo. Parar de fumar pode melhorar significativamente os sintomas.

Tratamento farmacológico

  • Antiácidos: Medicamentos que neutralizam o ácido gástrico, oferecendo alívio rápido dos sintomas. 
  • Bloqueadores H2: Medicamentos que reduzem a produção de ácido estomacal ao bloquear a ação da histamina nos receptores H2. 
  • Inibidores da bomba de prótons (IBPs): Medicamentos que reduzem a produção de ácido gástrico mais eficazmente do que os bloqueadores H2. Esses medicamentos são frequentemente prescritos para tratamento a longo prazo e para a cicatrização do esôfago.
  • Agonistas da motilidade: Medicamentos que ajudam a acelerar o esvaziamento gástrico e melhorar o tônus do esfíncter esofágico inferior, como a metoclopramida.

Tratamento cirúrgico

  • Fundoplicatura de Nissen: Procedimento cirúrgico mais comum para a DRGE grave, onde a parte superior do estômago é envolvida em torno do esfíncter esofágico inferior para reforçá-lo e prevenir o refluxo. Esta cirurgia pode ser realizada por laparoscopia, que é minimamente invasiva e oferece uma recuperação mais rápida.
  • Procedimentos endoscópicos: Técnicas menos invasivas, como a radiofrequência ou o uso de dispositivos endoscópicos, podem ser usadas para reforçar o esfíncter esofágico inferior e reduzir o refluxo. Estes procedimentos são geralmente considerados para pacientes que não responderam bem ao tratamento com medicamentos ou mudanças no estilo de vida.

Tratamento adicional

  • Terapias Complementares: Em alguns casos, terapias adicionais, como suporte psicológico ou programas de reabilitação para mudanças no estilo de vida, podem ser benéficas, especialmente para pacientes com sintomas persistentes ou que têm dificuldades em modificar comportamentos.
  • Monitoramento e acompanhamento: O tratamento da DRGE pode exigir monitoramento contínuo e ajustes na abordagem terapêutica com base na resposta do paciente ao tratamento inicial.

O tratamento adequado para o refluxo gastroesofágico deve ser individualizado, levando em consideração a gravidade dos sintomas, a presença de complicações e as necessidades específicas do paciente. É fundamental que os pacientes consultem um profissional de saúde para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.

10 dicas para prevenir o refluxo gastroesofágico

Aqui estão 10 dicas eficazes para ajudar a prevenir o refluxo gastroesofágico e reduzir a frequência e a intensidade dos sintomas:

  1. Evite alimentos desencadeantes: Identifique e evite alimentos e bebidas que exacerbam o refluxo, como alimentos gordurosos, picantes, chocolate, cafeína, álcool, menta, e tomates. Manter um diário alimentar pode ajudar a identificar os gatilhos específicos.
  2. Coma porções menores e mais frequentes: Em vez de fazer grandes refeições, opte por porções menores distribuídas ao longo do dia. Comer em excesso pode aumentar a pressão no estômago e facilitar o refluxo.
  3. Não se deite imediatamente após comer: Espere pelo menos 2-3 horas após uma refeição antes de se deitar. Isso ajuda a garantir que o alimento seja digerido e reduz a probabilidade de o ácido retornar ao esôfago.
  4. Eleve a cabeceira da cama: Levantar a cabeceira da cama em cerca de 15 a 20 centímetros pode ajudar a manter o ácido no estômago durante a noite e reduzir os episódios de refluxo noturno.
  5. Mantenha um peso saudável: O excesso de peso pode aumentar a pressão abdominal e contribuir para o refluxo. Manter um peso saudável através de uma dieta equilibrada e exercícios regulares pode ajudar a minimizar os sintomas.
  6. Evite roupas apertadas: Roupas justas, especialmente na área do abdome, podem aumentar a pressão no estômago e exacerbar o refluxo. Opte por roupas mais soltas para evitar essa pressão adicional.
  7. Não fume: O tabagismo enfraquece o esfíncter esofágico inferior e aumenta a produção de ácido gástrico. Parar de fumar pode melhorar significativamente os sintomas de refluxo.
  8. Beba água suficiente: Manter-se hidratado ajuda na digestão e pode ajudar a diluir os ácidos estomacais. No entanto, evite bebidas que possam irritar o esôfago, como álcool e café.
  9. Pratique Técnicas de Relaxamento: O estresse pode agravar os sintomas de refluxo. Práticas como meditação, yoga e técnicas de respiração podem ajudar a reduzir o estresse e, consequentemente, os sintomas de refluxo.
  10. Consulte um profissional de saúde regularmente: Para aqueles com sintomas persistentes ou graves de refluxo, é importante consultar um médico para avaliação e orientação adequadas. O acompanhamento regular pode ajudar a gerenciar os sintomas e prevenir complicações.

Seguindo essas dicas, você pode reduzir o risco de refluxo gastroesofágico e melhorar sua qualidade de vida.

Você tem alguns destes sintomas? Agende agora mesmo uma consulta com nosso especialista Dr. Samuel Okazaki.

Responsável Técnica: Dra. Leticia Odo, MÉDICA – CRM-SP: 150.466
Especialidade: Cirurgia Plástica, RQE: 35.210