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Intolerância Alimentar

Intolerância Alimentar
Imagem meramente ilustrativa - Banco de imagens: Freepik

O que é intolerância alimentar? 

A intolerância alimentar é uma reação adversa do corpo à ingestão de certos alimentos, que não envolve o sistema imunológico, diferentemente das alergias alimentares. Em casos de intolerância, o organismo tem dificuldade para digerir certos componentes dos alimentos, o que pode causar sintomas desconfortáveis.

O que causa a intolerância alimentar?

A intolerância alimentar pode ser causada por uma variedade de fatores, geralmente relacionados à incapacidade do corpo de digerir certos alimentos adequadamente. Aqui estão as causas mais comuns:

  • Deficiência enzimática: A causa mais conhecida de intolerância alimentar é a deficiência de enzimas digestivas. A lactose, por exemplo, requer a enzima lactase para sua digestão. Se o corpo não produz lactase suficiente, o indivíduo pode experimentar sintomas de intolerância à lactose.
  • Sensibilidade a aditivos alimentares: Certos aditivos alimentares, como corantes, conservantes, e glutamato monossódico, podem provocar sintomas de intolerância em algumas pessoas. Esses aditivos podem interferir com os processos digestivos normais ou desencadear reações sensíveis no sistema digestivo.
  • Irritabilidade ao consumir alimentos com FODMAPs: Os FODMAPs são um grupo de carboidratos fermentáveis que são mal absorvidos no intestino delgado e podem causar sintomas de intolerância em pessoas com síndrome do intestino irritável.
  • Reações a compostos químicos naturais: Alimentos contendo aminas (como histamina e tiramina), encontradas em queijos curados, vinhos e alguns peixes, podem desencadear sintomas como enxaquecas em pessoas sensíveis a essas substâncias.
  • Sobrecrescimento bacteriano no intestino delgado ou desequilíbrios da flora intestinal: Isso pode interferir na digestão e absorção de alimentos, levando a sintomas de intolerância.
  • Falta de carboidratos absorvíveis: Alguns indivíduos podem ter dificuldade em digerir certos tipos de açúcares e carboidratos complexos, levando a gás, inchaço e outros desconfortos digestivos.

Identificar a causa exata da intolerância alimentar geralmente envolve observar a dieta e possivelmente realizar testes diagnósticos, como testes de alergia alimentar, testes de intolerância, e exames de função digestiva. A gestão eficaz muitas vezes inclui ajustes dietéticos, uso de enzimas digestivas ou tratamento de condições subjacentes que contribuem para a intolerância.

Quais são os sintomas de intolerância alimentar?

Os sintomas de intolerância alimentar podem variar bastante, dependendo do tipo de alimento e da sensibilidade individual, mas geralmente envolvem o sistema digestivo, além de outros sistemas do corpo. Selecionamos os sintomas mais comuns associados à intolerância alimentar:

Sintomas digestivos

  • Dor abdominal ou cólicas
  • Gases e inchaço
  • Diarreia
  • Constipação
  • Náusea

Sintomas não digestivos

  • Dores de cabeça, incluindo enxaquecas
  • Fadiga
  • Dor nas articulações ou músculos
  • Eczema ou outras irritações da pele
  • Coriza ou congestão nasal
  • Dificuldades respiratórias

Sintomas comportamentais e neurológicos

  • Irritabilidade ou nervosismo
  • Tonturas
  • Dificuldade de concentração

Os sintomas podem aparecer imediatamente após a ingestão de um alimento específico ou podem demorar horas ou até dias para se manifestar, tornando às vezes difícil identificar a causa exata sem um acompanhamento e teste adequados. 

Se você suspeitar de intolerância alimentar, é importante consultar um médico ou um especialista em alergias alimentares que pode recomendar um plano de testes e dieta para identificar os alimentos problemáticos e gerenciar os sintomas.

Tipos de intolerância alimentar

Existem vários tipos de intolerância alimentar, cada um relacionado a diferentes mecanismos de reação do corpo aos alimentos. Aqui estão alguns dos tipos mais comuns:

Intolerância à lactose

  • É a incapacidade de digerir a lactose, o açúcar presente no leite e em outros produtos lácteos, devido à deficiência ou ausência da enzima lactase no organismo.

Intolerância ao glúten

  • Diferente da doença celíaca, que é uma reação autoimune ao glúten, a intolerância ao glúten (ou sensibilidade ao glúten não-celíaca) envolve uma reação adversa ao glúten que não causa dano intestinal.

Intolerância à frutose

  • Ocorre quando o corpo tem dificuldade para absorver a frutose, um tipo de açúcar encontrado em frutas, alguns vegetais e adoçantes.

Sensibilidade a aditivos alimentares

  • Alguns indivíduos apresentam reações a aditivos como glutamato monossódico (MSG), corantes artificiais e conservantes.

Intolerância à histamina

  • Algumas pessoas têm dificuldade em metabolizar a histamina, que é naturalmente encontrada em alimentos fermentados, como queijos maturados, vinho, e produtos de carne curada.

Intolerância à cafeína

  • Caracterizada pela incapacidade de metabolizar adequadamente a cafeína, levando a sintomas como nervosismo, palpitações e insônia após o consumo de café, chá ou outras bebidas cafeinadas.

Cada tipo de intolerância pode ser gerenciado através de ajustes dietéticos específicos e, em alguns casos, com a ajuda de suplementos enzimáticos. É importante consultar um profissional de saúde para obter um diagnóstico correto e recomendações de tratamento adequadas.

 

intolerância alimentar

Qual é a diferença entre intolerância e alergia alimentar? 

Intolerância alimentar e alergia alimentar são dois tipos de reações adversas a alimentos, mas envolvem mecanismos diferentes e têm implicações de saúde distintas:

Intolerância alimentar

  • Mecanismo: Não envolve o sistema imunológico. Geralmente, é causada por uma dificuldade do corpo em digerir certos alimentos, ou por uma reação adversa a substâncias químicas em alimentos.
  • Sintomas: Principalmente gastrointestinais, como gases, inchaço, diarreia e dor abdominal. Pode incluir sintomas como dor de cabeça ou irritabilidade, mas raramente é grave.
  • Tempo de Reação: Os sintomas podem aparecer horas depois de comer o alimento e podem ser dose-dependentes (quanto mais do alimento consumido, mais severos os sintomas).
  • Tratamento: Geralmente, envolve evitar o alimento que causa os sintomas ou reduzir a quantidade consumida.

Alergia Alimentar

  • Mecanismo: Envolvimento direto do sistema imunológico. O corpo identifica erroneamente uma proteína do alimento como uma ameaça, desencadeando uma resposta imunológica que pode ser grave.
  • Sintomas: Podem variar de leves (erupções cutâneas, coceira na boca) a graves e potencialmente fatais (anafilaxia, que pode incluir dificuldade para respirar, queda da pressão arterial, e choque).
  • Tempo de reação: Os sintomas geralmente aparecem rapidamente, dentro de minutos a poucas horas após a ingestão do alimento.
  • Tratamento: Evitar completamente o alimento é necessário. Pessoas com alergias graves podem precisar carregar uma epinefrina auto-injetável (EpiPen) para tratamento de emergência.

Diferenciar entre os dois é crucial, pois uma alergia alimentar pode ser uma ameaça à vida, necessitando de medidas preventivas estritas e planos de emergência, enquanto a intolerância alimentar é geralmente menos séria e gerenciada através de modificações dietéticas.

Como é feito o diagnóstico de intolerância alimentar?

O diagnóstico de intolerância alimentar geralmente envolve vários passos para entender melhor a reação do corpo aos alimentos específicos. Aqui estão as abordagens mais comuns usadas:

  • Histórico médico e diário alimentar: O médico inicialmente avaliará o histórico médico detalhado, incluindo qualquer histórico familiar de problemas digestivos ou alergias. Também pode ser solicitado ao paciente que mantenha um diário alimentar detalhado, onde registra o que come e quais sintomas surgem, ajudando a identificar padrões ou gatilhos específicos.
  • Teste de eliminação e reintrodução: Esta é uma das ferramentas diagnósticas mais eficazes para intolerâncias alimentares. O paciente é orientado a eliminar certos alimentos da dieta por um período, geralmente de algumas semanas, e depois reintroduzi-los um de cada vez. Observar quais alimentos causam o retorno dos sintomas pode ajudar a identificar a intolerância.
  • Testes de respiração: Usados principalmente para diagnosticar intolerâncias a carboidratos específicos como lactose e frutose. Por exemplo, o teste de respiração para lactose mede a quantidade de hidrogênio na respiração do paciente após consumir lactose. Um nível elevado de hidrogênio indica que a lactose não foi adequadamente digerida e absorvida.
  • Testes de sangue: Embora não sejam tão comuns para diagnóstico de intolerâncias (com exceção de algumas condições como a doença celíaca), os testes de sangue podem ajudar a excluir outras condições médicas que possam estar causando sintomas semelhantes.
  • Consulta com um especialista: Em casos mais complexos, pode ser recomendada uma consulta com um gastroenterologista ou um nutricionista. Eles podem oferecer insights adicionais e orientação sobre como gerenciar a dieta para minimizar os sintomas.

É importante salientar que muitos testes comerciais de intolerância alimentar vendidos online não têm base científica robusta e podem ser imprecisos. Por isso, é essencial consultar profissionais de saúde qualificados para obter um diagnóstico confiável e recomendações de tratamento adequadas.

Qual é o tratamento para intolerância alimentar?

O tratamento para intolerância alimentar foca principalmente em gerenciar a dieta para evitar os alimentos que causam sintomas, além de medidas que podem melhorar a digestão e alívio dos sintomas. Aqui estão as principais abordagens:

  • Eliminação de alimentos: A estratégia mais comum é evitar os alimentos que desencadeiam os sintomas. Isso pode ser feito através de um processo de eliminação e reintrodução, onde você remove certos alimentos da sua dieta por um período e os reintroduz gradualmente para identificar quais causam problemas.
  • Dieta balanceada: Trabalhar com um nutricionista pode ajudar a garantir que, mesmo eliminando certos alimentos, você mantenha uma dieta nutritiva e balanceada. Isso é importante para evitar deficiências nutricionais.
  • Suplementos enzimáticos: Para algumas intolerâncias específicas, como a intolerância à lactose, suplementos enzimáticos (como a lactase) podem ser úteis. Eles ajudam a digerir o açúcar do leite e podem permitir que você consuma laticínios sem sintomas.
  • Probióticos: Probióticos podem ajudar a melhorar a saúde intestinal e possivelmente reduzir os sintomas de intolerância alimentar ao melhorar a flora intestinal.
  • Educação alimentar: Aprender sobre alternativas seguras e como ler rótulos de alimentos é crucial para evitar inadvertidamente alimentos problemáticos.
  • Gestão de sintomas: Em casos onde a exposição ao alimento ocorre acidentalmente, o tratamento pode incluir medicamentos para aliviar sintomas como antiácidos para indigestão ou medicamentos para náusea.

Para um plano de tratamento personalizado e seguro, é essencial trabalhar com profissionais de saúde, como um médico ou nutricionista, que pode guiar o processo de diagnóstico e recomendar as melhores práticas de manejo baseadas em suas necessidades específicas.

Qual médico procurar?

Para tratar intolerâncias alimentares, você pode considerar consultar os seguintes tipos de médicos ou profissionais de saúde:

  • Gastroenterologista: Especialista em doenças do sistema digestivo. Eles podem ajudar a diagnosticar e tratar condições que afetam o estômago e os intestinos, incluindo intolerâncias alimentares.
  • Nutricionista: Profissionais especializados em nutrição que podem ajudar a identificar os alimentos que causam problemas e desenvolver um plano alimentar personalizado que evite deficiências nutricionais enquanto gerencia os sintomas.
  • Médico de atenção primária: Seu médico de família ou clínico geral pode oferecer um diagnóstico inicial e orientação ou encaminhar você para um especialista se necessário.
  • Alergista/Imunologista: Embora geralmente tratem de alergias alimentares, esses especialistas também podem ajudar a diferenciar entre uma alergia e uma intolerância alimentar, especialmente em casos complexos onde os sintomas podem ser confusos.

É importante discutir seus sintomas detalhadamente com o profissional de saúde para que ele possa fornecer o melhor plano de tratamento ou encaminhamento para outro especialista, se necessário.

Você tem alguns destes sintomas? Agende agora mesmo uma consulta com nosso especialista Dr. Samuel Okazaki.

Responsável Técnica: Dra. Leticia Odo, MÉDICA – CRM-SP: 150.466
Especialidade: Cirurgia Plástica, RQE: 35.210